Cavernas de Avaiki & Recife de Corais

 As Cavernas de Avaiki ficam na parte Oeste de Niue ao Norte de Alofi, e logo depois de outro complexo de cavernas fabuloso, chamado Palaha Cave. Esse local é tão bonito, que antigamente era previlégio somente dos Reis de Niue, e ninguém mais podia entrar. Segundo a lenda, se o segredo do lugar fosse revelado acreditava-se que os Deuses iriam se vingar da ilha, trazendo furacões avassaladores e seca prolongada. Felizmente, as cavernas de Avaiki se toraram públicas, e é um dos principais pontos de interesse em Niue. Desvendamos o segredo da mesma forma que outros cavernosos turistas já desvendaram, e o choque que levamos com tudo o que vimos em Avaiki vai ficar na memória para sempre. Avaiki é composta  por duas cavernas absolutamente maravilhosas, cheias de estalactites, pilares multicoloridos, e estalagmites que saem do chão como lanças querendo alcançar o teto. Mas o grande segredo de outrora é que a maior dessas cavernas tem uma piscina gigante em seu interior. A piscina é de água salgada, cercada de espetaculares paredes ultras trabalhadas pelo tempo, e para a total estupefação do incrédulo turista, a piscina é qualhada de corais multicoloridos e peixes tropicais de várias espécies diferentes. É como um aguário marinho gigante, só que dentro de uma caverna. É de cair o queixo a beleza do lugar.

O acesso para a cavena é mamão com açúcar, pois tudo o que se tem que fazer, é parar o carro ao lado da estrada e descer uma trilha curta e fácil (foto). Na estrada, uma placa de bom tamanho indica o início da trilha.  A trilha desce por dentro de uma floresta densa, entre altas paredes de corais abraçadas por árvores frondosas que crescem diretamente sobre a pedra. Não se leva mais de 10 minutos até chegar numa clareira, onde um paredão enorme de corais coberto com cipós, assinala a entrada da primeira caverna.(foto grande no topo da página). Ao entrar na dita, o embasbacado turista pensará que morreu e está chegando no paraíso, pois logo depois da entrada estreita, um salão enorme se abre, e as paredes brilham com o reflexo dos raios de sol parecendo que foram folheadas a ouro. De agora em diante, a coisa torna-se espetacular demais, e nenhum relato ou foto apresentado aqui fará jus ao local. 

Logo ao entrar na primeira caverna, o impressionado turista não consegue pronunciar uma única palavra. O tamanho dos pilares e estalagmites ao redor, são de tal beleza e tão bem preservados, que literalmente deixa qualquer um de boca aberta. As cores são vivas, e tudo brilha por causa da umidade nas paredes. Neste ponto, o impressionado turista já corre o sério risco de pegar uma torcicolo das brabas pois siplesmente para qualquer direção que se olhe a coisa é de uma tal beleza que faz até criançinha chorar. Essa primeira caverna tem um buraco no teto de onde a luz do Sol penetra e ilumina todo o seu interior como a cúpula de vidro de uma catedral. Apesar de úmida, e com paredes totalmente molhadas por gotas d'água que passam pelo coral esponjoso, o piso não é escorregadio, pelo contrário, parece mais uma lixa com extrema aderência. O piso também é multicolorido e varia em tons de cinza, verde musgo, e do laranja ao vermelho.  Todo o conjunto da primeira caverna é realmente impressionante. 

Mais para perto do mar, o ciclone Heta em 2004 gerou ondas de 30 metros de altura, e essas ondas penetraram dentro da caverna entulhando a saída para o mar com pedras grandes e placas de coraias. Assim, para não obstruir o acesso para a segunda caverna, o governo de Niue instalou uns pontilhões de madeira por sobre as pedras, de forma a facilitar a exploração (foto). Quanto mais perto da boca da caverna em direção ao mar, mais intensa as cores dentro da caverna ficam. Descobrimos numa segunda visita a essa caverna, que a partir dessa ponte, se dobrarmos a direita e passar por uma fenda estreita na parede da caverna, chega-se na segunda caverna, mas só que pelo teto, em outras palavras, as duas cavernas são conectadas.

Na medida que nos aproximamos da segunda caverna é que tomamos ciência do tamanho dela. Na foto ao lado é possivel fazer uma comparação entre a entrada da caverna e a Celia em pé logo em frente. A plataforma de corais na maré baixa é facil de ser percorrida, apesar de que em algumas partes o coral é bastante afiado e cortante. Em Niue, "Reef shoes", ou aquelas botas de neoprene que surfistas usam sao os melhores calçados para se andar sobre corais. Durante a maré baixa, a piscina natural dentro da caverna não sofre queda no volume d'agua, mas na cheia, a água do mar recicla a piscina natural, e com ela, uma variedade de peixes entram na piscina. A temperatura da água é de cerca de 28º o que proporcionou as condiçoes ideais para o crescimento de corais.É interessante notar que apesar da pouca luz, os corais ainda crescem, porém com cores diferentes dos do lado de fora. Os corais de Avaiki são escuros, marrons ou roxos, ao invés dos vermelhos, azuis e amarelos que vimos fora da caverna. Mergulhar dentro de uma caverna num jardim de corais e peixes sem dúvida foi uma das experiências mais bizarras que tivemos na vida.

De dentro da Caverna pode-se vislumbrar toda a plataforma de corais e nessa plataforma existem diversas pequenas piscinas naturais que são excelentes tanto para se banhar, quanto para entrar com mascara e respirador para ver corais e peixes. O maior desses poços tem aproximadamente 6 metros de comprimento por 2 de largura e de profundidade. E como mergulhar dentro de um aguário marinho natural e é completamente seguro, salvo se o mar estiver muito forte e estiver lavando a plataforma. Quando calmo, é possivel mergulhar em mar aberto a partir da beirada da plataforma. Infelizmente o ciclone Heta e suas ondas destruiram a maioria dos corais nessa área que foi uma das mais atingidas, mas por sorte, todas as duas magníficas cavernas sobreviveram.