Fazendas em Niue

Se você é uma pessoa interessada em botânica ou horticultura, saiba de ante mão que Niue não produz quase nada, por causa do tipo de solo e algumas das culturas que existiam foram destruidas pelos ciclones. Uma das poucas plantações que existe fica ao norte de Alofi, em Vaipapahi perto da Vila de Toi (foto acima). Ali o governo de Niue decidiu fazer uma fazenda experimental para saber quais plantas e árvores que conseguem crescer em cima de coral. Por isso separaram uma vasta área e fizeram várias plantações diferentes. O experimento serve para  observar quais os tipos de árvores frutíferas que conseguem se adaptar na ilha, e que possam dalí surgir ulguma atividade comercial. Tem um pouco de tudo, desde canela,  baunilha, manga, mamão, jaca, goiaba, coco e um monte de outras plantas estranhas totalmente desconhecidas para os Latinos. O legal é que a fazenda é aberta, e pode ser visitada gratuitamente pelos verdes turistas. 

Um dos pontos mais interessantes nessa fazenda é a variedade de espécies, dando para ver bem quais as plantas que se adaptaram ao solo pedregulhento e quais não. Ao meu ver essas plantas crescem baseadas em suco de pedra, já que de terra, só tinha uma poeira em cima do chão, que esta ferozmente disputada pelo capim. Da estrada nem precisa descer do carro que já dá para ver vários tipos de plantas, além de que, essa plantação se encontra muito bem guardada por moscas muito bem treinadas e taradas, que parecem gostar de pernas, seja de homem ou de mulher. Elas vão direto para sua perna (nas duas) e não pousam nas outras partes do corpo tais como boca, orelhas e nariz, ao contrário das moscas Australianas que adoram essas partes. Nos chamou a atenção a insistência das bichinhas, pois nem mesmo dando coices que nem equinos, nós não conseguimos nos livrar delas, nem mesmo dentro do carro. O centro de Informações Turística em Alofi nos falou que iríamos encontrar pessoas trabalhando lá para nos ensinar sobre as plantas mas não encontramos ninguém, a não ser as tais moscas taradas.

Na parte central da Ilha em ambos os lados da estrada, vimos várias plantações de "Taro" (foto ao lado), que é uma raiz, e faz parte do cardápio dos locais de Niue. Não só Niue, mas em todas as Ilhas do Pacífico Sul o Taro é presença certa nos pratos locais da mesma forma que o feijão e o arroz o são no Brasil. Vimos também algumas plantações de Coco que pareciam abandonadas, já que outras ilhas da Polinésia produzem coco em maior quantidade e mais barato. Nesse aspecto, é interessante notar a diferença entre Niue e outras ilhas do Pacífico, pois enquanto outras ilhas plantam para consumo próprio e para vender o excedente, em Niue, o máximo que fazem é plantar uma horta no quintal para subsistência. Parece que os milhões de dólares enviados anualmente pela Nova Zelândia, faz com que as pessoas não tenham muita vontade de passar o dia inteiro ralando sob o sol e defendendo as plantações das galinhas selvagens. Com uma população de somente 1500 pessoas que recebem auxílio do governo,  não há muito interesse em plantar por simples falta de mercado. 

O famoso "Noni" é uma planta que nasce de maneira natural em vários pontos da Ilha. Uma empresa recentemente se instalou em Niue para produzir o concentrado da fruta, que depois é transformada em suco mas tem gosto de vinagre ( é pior do que xarope sem açúcar). A dita fruta é tida como milagrosa pelas propriedades anti-oxidantes e é capaz de curar até dor de lorto, segundo especialistas (leia mais sobre isto em economia de Niue).

Assim, após duas semanas nesse paraíso, comemos somente duas frutas que crescem em qualquer lugar da ilha: uma ninguém quer comer, e chegam a dar até para os porcos que é o Mamão, muito doce por sinal. A outra fruta é usada em tudo, para tudo e por todos em todas as refeições, e é claro que estou falando do Coco, uma das mais versáteis frutas que existem na face da terra, incluindo a capacidade de crescer em ambientes extremamente salinos e até mesmo em cima de pedra, e no caso de Niue, em cima de corais.