
Recife e
Caverna de Liku
Liku
é uma das Vilas de Niue, localizada no outro lado
da ilha no lado Leste. De carro não leva mais de 20
minutos de Alofi até lá. A estrada é muito boa
apesar de estreita, e bastante panorâmica com muita
vegetação e árvores que volta e meia cobrem
completamente o céu transformando a
estrada numa sequência de túneis por sob a folhagem.
Quando se chega na vila, a primeira coisa que o relaxado
turista irá ver é uma construção branca e baixa,
bastante comprida, que é a igreja local. Um enorme
gramado circunda a igreja e em ambos os lados bem como
atrás, estão as casas da vila. O questionado turista
nesse ponto fará a clássica pergunta..."Onde diabos
fica a estrada para o litoral?" E a resposta é
simples..."No lado esquerdo e atrás da igreja,
andando-se com o carro por cima do gramado". Óbvio,
não?!
Vimos
uma foto bonita de Liku na
Kololi's Guesthouse, a pousada que ficamos, e a
foto era de uma menina com um vestido de noiva branco
dentro de uma caverna iluminada pelo Sol. A foto era
espetacular, e ao perguntamos para a Rupina, a dona da
pousada, ela nos disse que era a filha dela posando para a
capa do folheto turístico de Niue. Disse ainda, que a
menina tinha 16 anos na época, e que ela teve que ir 4
vezes lá antes do Sol nascer para conseguir aquela luz.
Pois foi isso que fizemos. Saímos de Alofi ainda escuro,
às 4:30 da manhã, e seguimos pela estrada que nessa hora
é ocupada somente por galinhas e caranguejos. As galinhas
ainda corriam para o mato, mas os caranguejos ficavam
imóveis pela luz do farol do carro, e tínhamos que
desviar, senão escutávamos um "crack". Da vila
até a costa, a estrada é de terra e chega-se num
estacionamento quase na entrada da caverna (foto).
Chegamos
na hora certa
quando o
Sol já saía no horizonte. Umas nuvens bestas resolveram
atrapalhar o visual (foto), mas se dissiparam rapidamente.
Do estacionamento até a entrada da caverna são só
cinquenta metros e entra-se na dita pela porta dos fundos.
Uma escada muito estreita e íngreme, desce por dentro da
gruta até a plataforma de coral. Também dentro da
caverna existe uma área onde os pescadores da Vila
guardam suas canoas Polinésias e lá ficam protegidas do
Sol, da chuva e do mar. Nesse dia, todos os fatores estavam do
nosso lado e as condições estavam perfeitas. Uma brisa
fresca soprava, o mar estava calmo, e a maré começava a
subir. A sensação de estar lá era fantástica,
pois não se ouvia um barulho sequer a não ser o das
ondas, e tudo ao redor era muito bonito, principalmente
com a luz amarelada do Sol nascente. Olhando para o
Horizonte e sabendo que o lugar mais perto, o Chile, está
a mais de 8000 Km de distância, a sensação de
isolamento era total, nas não sabemos explicar porque,
era uma sensação muito gostosa, quase de plenitude.
Estávamos muito felizes por estar naquele meio do nada, e
com um novo dia começando, tudo ao redor era muito calmo
e bonito.
Quando
o dia amanheceu
descemos para a plataforma de corais (foto). A maré já
começava a encher, e antes que ficasse impossível de
explorar o recife, iniciamos a exploração do dito.
Primeiro demos uma curta corrida até uma ponta de pedras
que dividia o recife em dois, e descobrimos no meio do
caminho uma pequena piscina natural com água tão morna
que parecia mijo. Aproveitamos para nos banhar às 5 da
manhã nesta minúscula piscina que só cabiam dois, e a brisa e o Sol ainda mornos, o que
podemos chamar de clima perfeito. Ondas pequenas já
lambiam o recife, e de dentro da piscina com o corpo
todo dentro d'água e só com a cabeça de fora,
brincávamos de mergulhar por sob as ondinhas que volta e
meia chegavam até nós. Vimos
também uma pequena praia de areia branca, com uma grande
pedra na frente só que sem nenhuma água ao redor.
Passamos um tempo tirando fotos e depois voltamos para o
carro para tomar um café da manhã, pois antes de
saírmos, colocamos uma café quente na garrafa térmica,
e fizemos uns sanduíches de salada de ovo.
Estivemos
duas vezes em Liku,
nesta vez que descrevemos acima, e numa outra oportunidade
quando visitamos à tarde. Em ambas as ocasiões não encontramos alma viva, e
a sensação de solidão e paz que esse lugar tem e algo de
indescritível. A diferença da luz na parte da manhã e a
tarde é grande, pois enquanto na parte da manhã o Sol ilumina a
caverna em cheio, deixando-a amarela e vermelha, à tarde a caverna
fica na sombra e torna-se cinza-azulada. Se for a Niue,
não deixe de visitar Liku.
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Por um
momento as nuvens obstruíram o nascer do Sol
dentro da caverna. |
A
plataforma de coral vista do topo da colina. |
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A
entrada e acesso para a plataforma passa por
dentro da caverna. |
Celia
recebendo os primeiros raios de Sol da manhã. |
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Visita
na parte da tarde com a maré quase cheia. |
Ao
longe, em outro recife, ondas maiores esculpem Niue. |
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Uma
praia sem água por causa da maré baixa e com uma
pedra gigante misteriosamente colocada no
centro. |
A
piscina natural no recife é funda o suficiente para
se entrar com o corpo inteiro. O fundo é de areia
branca. |
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